terça-feira, 24 de maio de 2016

Um apanhado geral sobre podas

Assim como uma boa adubação é essencial para o bom desenvolvimento das plantas, a poda também o é. Cada tipo de planta exige uma época para a poda. Fui fazer uma pesquisa pois não tinha um critério para podar; ia por instinto, rs. Não que o instinto também não funcione; quem tem plantas há um bom tempo, se acostuma com as suas propriedades e acaba que aprende sozinho a melhor maneira de podar. Mas uma orientação técnica nunca é demais. Muitas vezes o motivo de uma planta não se desenvolver adequadamente (não gerar frutos nem flores, por exemplo) pode ser uma poda incorreta. 

O post é um pouco longo, mas se quiser aprender mesmo sobre recomendo toda a leitura, nem que deixe o resto pra depois, rs. É fácil perguntar o que se quer saber sem ler; aqui vai um desabafo, pois ás vezes recebo dúvidas sobre assuntos que estão contidos no próprio post que a pessoa mandou a pergunta. 


Fonte



Então vamos aprender juntos? Fiz um apanhado da internet dos itens mais importantes a se saber sobre como podar; assim temos uma base para procurar depois mais detalhadamente sobre a poda de uma planta específica. Vamos começar por um pouquinho de botânica básica para entendermos melhor a constituição da planta e no que estamos mexendo. Relembrando matéria do segundo grau hein?

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PRINCÍPIOS QUE REGEM A PODA 

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Para perfeita execução da poda, é necessário um conhecimento da posição, distribuição e função dos ramos e das gemas e circulação da seiva.

As raízes das fruteiras extraem do solo a água, contendo esta, em solução, os sais nutritivos que alimentarão a planta. Tal solução constitui a SEIVA BRUTA, que sobe pelos vasos condutores localizados no interior do tronco e se dirige até as folhas. Nestas e em presença de luz e perdendo água por transpiração, a seiva bruta passa por diversas transformações, tornando-se SEIVA ELABORADA.

A seiva circula pela planta toda, sempre fluindo para as partes mais altas e mais iluminadas da árvore, razão pela qual os galhos mais vigorosos são aqueles que conseguem se posicionar melhor na copa e têm uma estrutura mais retilínea, o que favorece sua circulação. A seiva, circulando pela periferia da planta, alimenta todos os órgãos e determinam seu crescimento e evolução, tais como: o desenvolvimento das raízes, o crescimento dos brotos, aumento dos ramos, folhas, gemas e a frutificação. É por isso também que, o crescimento da planta tende sempre a se concentrar nos ponteiros dos ramos, o que se denomina de Dominância Apical. Quando eliminada, através da poda, ocorre uma melhor redistribuição da seiva, favorecendo a brotação lateral das gemas.

A circulação rápida da seiva tende a favorecer o desenvolvimento vegetativo, enquanto que a lenta, o desenvolvimento de ramos frutíferos, e essa circulação é em função da estrutura da planta. Quanto mais retilínea, mais rápida a seiva circulará. (grifo meu)

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No início do seu desenvolvimento, as fruteiras gastam toda a seiva elaborada no seu próprio crescimento. Porém, após um certo tempo, variável de espécie para espécie, a planta atinge um bom nível de desenvolvimento como: tronco forte, copa expandida e raízes amplas, a planta já fotossintetiza intensamente e começa a aparecer sobras de seiva elaborada, que serão armazenadas na planta, em forma de reservas. Quando essas reservas atingem uma suficiente quantidade, tem começo a frutificação, pois as reservas de seiva elaborada são invertidas ou gastas na transformação das gemas vegetativas em gemas frutíferas, que darão as futuras flores e frutas. Com esse desvio para a frutificação, cessa quase que completamente o crescimento das raízes e da copa.


A poda favorecendo a frutificação
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Há um antagonismo entre a frutificação e a vegetação, ou seja, enquanto a planta desenvolve ativamente a sua expansão vegetativa (como acontece nos indivíduos novos) não há saldo de seiva elaborada para ser aplicado na frutificação, o mesmo acontece quando há um grande gasto de reservas, como por exemplo num ano em que ocorre uma superprodução, assim a planta fica sem saldo de seiva elaborada para, no ano seguinte, formar novas gemas de fruto. A frutificação é então muito pequena; mas como as raízes continuam a absorver água e nutrientes e as folhas a fotossintetizar, começa a aparecer novo saldo de seiva elaborada, o qual, não tendo frutos para desenvolver, é aplicado em nova expansão das raízes e dos ramos. Com esta expansão poderá resultar em novos saldos de seiva elaborada, que são armazenados nos locais de reserva, registrando assim um superávit de seiva elaborada na planta, com isso grande número de gemas vegetativas é transformado em gemas frutíferas, tornando a planta a produzir grande safra de fruto, ao mesmo tempo que vegeta modestamente.

As fruteiras de quintal, abandonadas, sem podas e sem cuidados, a alternância de anos de fruto com os de escassez é muito freqüente. A poda pode regularizar esta anomalia, eliminando ramos frutíferos nos anos de frutificação excessiva, estimulando, deste modo, a expansão de crescimento vegetativos.

Ao podador é indispensável saber que parte da planta está cortando, pois, de conformidade com cada planta em particular, há ramos cuja supressão é indispensável, mas outros existem cuja eliminação redundaria em grave prejuízo para a produção, porque encerram neles a própria safra de frutos dentro de suas gemas.

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Existem dois tipo básicos de podas: as de formação e as anuais ou de produção, no caso de frutíferas.


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Texto abaixo retirado daqui.

* Podas de formação

O objetivo das podas de formação é orientar o crescimento dos ramos, quanto ao número, distribuição e tamanho convenientes. Significa formar uma planta com uma arquitetura caracterizada por uma copa com a parte interna aberta e um número adequado de ramos laterais produtivos. Essas características trazem vantagens como a maior iluminação e aeração da copa, facilidade nos tratamentos fitossanitários e obtenção de plantas menos vulneráveis aos ventos fortes, principalmente durante a frutificação. A poda de formação proporciona à planta uma conformação compatível com o método de exploração e, pela redução do porte da árvore, facilita os tratos culturais, do solo, a proteção contra queimaduras do sol e a colheita dos frutos, além de possibilitar o aumento da densidade de plantio.

* Podas de Produção

Referem-se às realizadas durante a fase produtiva da planta (essas são naturalmente realizadas após a colheita). Nesta prática estão incluídas as atividades de limpeza, levantamento de copa, abertura central, equilíbrio, correção da arquitetura, além da poda lateral e de topo.





Dentro das podas de produção (para frutíferas) teremos:

a) Poda de limpeza - Consiste na remoção dos ramos secos e doentes da planta, como também, daqueles com frutificação tardia, e dos restos de colheita. Deve ser realizada rigorosamente uma vez ao ano e tem como objetivos, eliminar material doente ou infectado; obter material produtivo, ou seja, gemas apicais, homogêneas em idade e capacidade produtiva, para produção no ano seguinte; além de material bem localizado em relação à exposição ao sol (necessário para o amadurecimento das gemas e para o colorido dos frutos), como também, dispor de árvores mais baixas e com copa mais adequada aos diversos manejos. Quando a poda pós-colheita/limpeza não é feita, tem-se que esperar a brotação espontânea da planta, o que pode atrasar ou inviabilizar a produção do ano seguinte.


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b) Levantamento da copa da planta - Consiste na eliminação dos ramos que estiverem até 0,70 m de altura. Essa operação ajuda no controle das ervas daninhas e a melhor distribuição da água de irrigação por aspersão; também evita que os frutos dos ramos baixos entrem em contato com o solo.


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e) Poda de topo - É a poda efetuada para manter a altura da planta num limite adequado à condução do pomar. 

f) Poda de equilíbrio - Esta poda se faz nas árvores que já alcançaram sua maturação fisiológica, com a finalidade de balancear o equilíbrio entre a produção de frutos e a folhagem da planta.

g) Correção da arquitetura - Com relação à arquitetura, procura-se definir determinada forma para as plantas, e as mais utilizadas são as formas piramidal e vaso aberto (taça).

Forma “piramidal” - Uma vez que a árvore tenha alcançado o espaço disponível, é necessário realizar uma poda de manutenção, que permita conservar o máximo da superfície produtiva. A poda, visando a forma piramidal, é recomendada principalmente para espaçamentos menores e deve ser feita logo após a colheita, seletivamente, cortando os brotos situados na parte alta da árvore até o primeiro nó (abaixo) e eliminando-se todos os brotos verticais.

Forma em “vaso aberto” - Consiste em abrir espaços no centro da copa, eliminando os ramos que tenham um ângulo de inserção menor que 45º com o tronco. Com isso, consegue-se uma melhor iluminação interna.

* Intensidade da poda : não deve ser a mesma durante o ano, sendo realizada em função da época em que será feita a indução floral.

* Desfolha: é praticada com a finalidade de melhorar a capacidade produtiva da planta e a coloração dos frutos. Quanto a folhagem abundante, o sombreamento traz como conseqüência a existência de um material vegetal que atua de forma parasitária e que reduz a possibilidade de acumular reservas para a produção de frutos. A remoção de 15% a 20% da vegetação velha, incluindo ramos, com a finalidade de melhorar a disposição e o balanço da copa da árvore, produz uma melhora significativa na eficiência produtiva. Essa desfolha é feita por meio da poda praticada logo após a colheita. Após a segunda queda de frutos, é conveniente fazer uma desfolha nos ramos produtivos, deixando-se apenas os dois fluxos de folhagem mais próximos da infrutescência.

A desfolha
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* Poda de renovação e rejuvenescimento : O objetivo é revitalizar as árvores velhas ou descuidadas, que não mostram uma produção abundante, mas cujos troncos e ramos principais estão sadios. Consiste na eliminação da folhagem e ramos secundários, deixando-se apenas o esqueleto dos ramos principais. Com isso, as brotações vegetativas que formarão a nova copa são estimuladas. 

Poda de renovação
Fonte
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Próxima parte retirada daqui.

Época para poda

Varia com o padrão de repouso de cada planta. Existem 3 padrões de repouso: repouso real, repouso falso e repouso aparente.

* Espécies com repouso real: São espécies decíduas que entram em repouso após a perda das folhas. A melhor época para a poda é compreendida entre o início do período vegetativo e o início do florescimento. A época em que a poda mostra-se mais prejudicial à planta é compreendida entre o período de pleno florescimento e o de frutificação.


* Espécies com repouso falso : São espécies caducifólias que não entram em repouso após a perda das folhas. Para essas espécies, a melhor época para a poda é compreendida entre o final do florescimento e o início do período vegetativo. A época em que a poda mostra-se mais prejudicial à planta é compreendida entre o período de repouso e o de pleno florescimento. Nas situações em que se queira coletar frutos ou sementes, a poda pode ser postergada para o final da frutificação sem grandes prejuízos para as espécies que apresentam este padrão de repouso.


* Espécies sem repouso aparente (ou de folhagem permanente) : São espécies perenifólias, que apresentam manifestações externas de repouso de difícil observação. Para essas espécies, a melhor época para a poda é compreendida entre o final do florescimento e o início da frutificação. A época em que a poda mostra-se mais prejudicial à planta é a compreendida entre o período de repouso e o início do período vegetativo.


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Mais sobre época 


Basicamente, a poda, pode ser executada em duas épocas: no inverno ou no verão.

Poda de inverno ou seca

Árvores no outono
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A poda de inverno ou poda em seco é recomendada para frutíferas que perdem as folhas (caducifólias), como pessegueiro, macieira, ameixeira, figueira. Mas o inverno é uma referência muito teórica e pode induzir alguns erros. Um bom momento para iniciar a poda é quando os primeiros botões florais surgirem nas pontas dos ramos, indicando que a seiva começou a circular de novo pela planta. Se a poda for feita antes, estimulará a brotação na hora errada. Se efetuada depois, forçará a brotação vegetativa, exigindo mais tarde uma nova poda.

Por ocasião da poda seca ou de inverno, deve-se considerar a localização do pomar, as condições climáticas e o perigo de geadas tardias antes da operação. A poda deve ser iniciada pelas cultivares precoces, passando as de brotação normal e finalizando pelas tardias. Em regiões sujeitas a geadas tardias, deve-se atrasar o início da poda o máximo possível, até mesmo quando as plantas já apresentaram uma considerável brotação, normalmente as de ponteiros.

Deve ser praticada após a queda das folhas. Essa orientação tem por finalidade propiciar a acumulação de substâncias de reserva no tronco e nas raízes. Quando se poda antes da queda das folhas, parte das reservas de carboidratos é eliminada, com conseqüência na produtividade futura. Por outro lado, a poda executada após a brotação reduz o vigor da planta e os ramos ficam mais sujeitos a infecção.

A poda seca, praticada durante o período de repouso, elimina os ramos que já frutificaram nas espécies em que eles não tornam a frutificar. Elimina também os ramos ladrões ou vegetativos, doentes e em excesso.

- Poda verde ou de verão

A poda verde ou de verão é realizada quando a planta está vegetando, ou seja, durante o período de vegetação, florescimento, frutificação e maturação dos frutos e destina-se a arejar a copa, melhorar a insolação, melhorar a qualidade e a coloração dos frutos, manter a forma da copa pela supressão de partes da planta e diminuir a intensidade de cortes na poda de inverno. É também executada em plantas perenifólias (com folhas permanentes) como as cítricas, abacateiro, mangueira.

Perenifólia
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A poda verde consiste em diferentes operações, tais como: desponte, desbrota, desfolha, esladroamento, incisões e anelamentos, desbaste, desnetamento.

- Desponte:  tem por finalidade frear o crescimento de determinados ramos em comprimento, de modo a propiciar o desenvolvimento de ramos inferiores.

Desponte de ramos
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- Desbrota: é a supressão de brotos laterais improdutivos, ou seja brotos inúteis, que se desenvolvem à custa das reservas, em detrimento do florescimento e da frutificação.

Desbrota em pé de tomate
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- Esladroamento: os ramos que nascem da madeira velha (do porta-enxerto, por exemplo) são denominados de ramos ladrões, e não apresentam nenhuma vantagem, pois exaurem as substâncias nutritivas da planta, perturbando seu desenvolvimento. Devem ser eliminados. Só não o são quando as plantas encontram-se em decrepitude e, neste caso particular, eles são utilizados para revigorar a árvore.

Esladroamento de vinhas
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- Desbaste: é a supressão de certa quantidade de frutos de uma árvore, antes da maturação fisiológica destes, assim proporcionar melhor desenvolvimento aos frutos remanescentes. Dentre as finalidades do desbaste pode-se citar: melhorar a qualidade dos frutos (tamanho, cor, sabor e sanidade); evitar a quebra de ramos (superprodução); regularizar a produção; eliminar focos de pragas e doenças; reduzir as despesas com colheita de frutos imprestáveis (defeituosos, raquíticos e doentes).  


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E sobre as fases da Lua? Ela influencia mesmo no crescimento das plantas? 
(Essa parte retirada daqui)


Em traços gerais, a influência da lua baseia-se em dois princípios: a diferença de luminosidade, segundo as fases da lua; e a força de gravidade e a atração que exerce sobre os líquidos (neste caso a seiva das plantas).

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Durante o Quarto Minguante a seiva concentra-se na raiz. Devem-se plantar ou semear, todas as plantas cujo órgão comestível se desenvolve abaixo do solo (raízes, tubérculos, rizomas e bulbos), isto porque a planta ao germinar força o enraizamento, como por exemplo cebolas, batatas, cenouras, rabanetes, beterrabas nabos... Diz-se que "nesta fase da lua as coisas que crescem da terra para fora minguam e as coisas que crescem de fora para dentro vigoram". Esta fase é boa para cortar canas/bambus, madeiras para construção e cabos para ferramentas (especialmente no minguante do mês de janeiro). Devemos fazer a colheita das sementes, para guardar para o ano seguinte, quase na transição para a Lua Nova, assim como a apanha da batata, cebola, alho. Em geral, as árvores devem ser podadas no Quarto Minguante e nunca na Lua Nova ou Lua Cheia. Assim como a poda da vinha também deve ser feita no Minguante ("Vinha na Lua Nova podada, nem dá vinho nem dá nada").


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Na Lua Nova a seiva manifesta-se em maior quantidade no caule, em direção aos ramos. As plantas têm baixa resistência às pragas, e diz-se que "ganham muita rama e não produz em nada" (ou os frutos são poucos e não se desenvolvem), sendo a sementeira ou o plantio muito desaconselhado. Caso se semeie ou plante, deve ser com vista ao aproveitamento das folhas sem que formem repolho (como couves, cebolinho, alface, espinafres). 

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Entre o Quarto Crescente e a Lua Cheia, devemos plantar ou semear tudo o que se desenvolve acima do solo (hortaliças e frutos). Nesta fase, a lua exerce uma influência muito boa sobre as plantas/agricultura, já que a seiva está presente em maior quantidade no caule, nos ramos e nas folhas. Podemos cultivar frutíferas, legumes ou cereais (tomates, pimentos, beringelas, feijões, favas, ervilhas, pepinos, melões, abóboras, milho, arroz entre outras culturas). Durante esta fase, deve ser feita a enxertia das espécies fruteiras que produzem flor temporã (pessegueiros, ameixeiras e amendoeiras). Ditados populares: "Se queres ser bom ervilheiro, semeia no crescente de janeiro"


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Na Lua Cheia a seiva concentra-se na copa das plantas e nos brotos (ramos e folhas). Esta fase é boa para colheitas, pois os frutos ficam mais suculentos e para plantar flores. Devemos evitar as sementeiras e plantios. Caso não seja possível, podemos plantar repolho, couve-flor, alface, chicória, mas só no início da fase. Contudo, há ditados populares que dizem o seguinte: "Abóbora semeada na Lua Cheia, dá abóbora e meia"; "Batatas na Lua Cheia dá cova cheia". Não se devem realizar podas: "Pela Lua Cheia não cortes nem a tua nem a alheia”; "Em Lua Cheia, não cortes pau nem veia”.


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Sobre galho-ladrão ou broto-ladrão

Já ouviu falar dele? Algumas árvores, em especial as árvores frutíferas, costumam produzir um ramo que se diferencia por ser grande, vigoroso e com um crescimento vertical muito superior a dos outros.
Por esse motivo, é chamado de galho-ladrão. Ele atrapalha no desenvolvimento das outras plantas. Então, corte-o sem dó até o tronco! Sua simples retirada já faz com que a planta floresça e frutifique mais. (Fonte)

Broto-ladrão
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Métodos
(Essa parte retirada daqui)

Achei bem legal essa sequência, tipo um resumo de tudo que falamos acima:


Pode quaisquer folhas, galhos e flores mortas para começar. Pode qualquer galho que esteja danificado ou mal formado. Mova a folhagem em torno da planta com suas mãos e tire qualquer folha morta que você encontrar.
Faça seus cortes com uma tesoura de poda ou de jardinagem. Decida qual usar de acordo com o tamanho da planta. Plantas pequenas devem ser tratadas com tesouras de jardinagem. As maiores com galhos mais grossos com as de poda.
Corte galhos com tesouras de poda no local que se ligarem ao tronco quando possível. Seus cortes não aparecerão muito se forem feitos na base do galho. Tente corte abaixo de áreas onde um novo galho pode estar se formando.
Mantenha seus cortes alinhados com o tronco. Você não vai querer tocos de galhos saindo por toda a sua planta. Ponha a tesoura contra um galho maior quando cortar um menor próximo para evitar os tocos. O corte deve ser feito em um ângulo que escape da visão de um observador.
Remova galhos pequenos aonde novas folhas ou galhos estiverem se formando quando tirar todo um galho. O nome disso é fazer a cobertura. Isso pode ser feito quando há poucos galhos na planta e remover um deles pode arruinar ela.
Examine a planta após alguns cortes e decida aonde é preciso remover a folhagem. Você quer que sua planta seja uniforme e agradável ao olhar. Novos crescimentos ocorrerão no corte e isso fará a planta mais cheia e grossa.
Fertilize sua planta quando acabar de podá-la. Ponha-a em locais diferentes, longe da exposição direta ao sol, até que ela se recupere da poda. Depois, retorne-a a sua localização original em sua casa.
Monitore sua planta no futuro para determinar se é preciso podar mais ela.Você pode descobrir que apenas uma poda é tudo que sua planta precisava.


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Mais dicas
(retiradas daqui)

É possível operar maravilhas nas plantas através de boas técnicas de poda. O crescimento vegetal, tanto radial quanto vertical, é determinado pela concentração de hormônios de crescimento (auxina) nos ápices dos ramos, por isso, ao cortarmos a ponta dos galhos cortamos também o suprimento de hormônios daquela região. A planta então irá direcionar o crescimento para outros ramos, onde o hormônio de crescimento está abundante.

Através da poda seletiva podemos criar uma planta com a altura e diâmetro de nosso interesse, ou mesmo potencializar a produção de flores ou frutos.

1. Quando podar os primeiros ramos

O momento ideal para as primeiras podas é diferente para cada espécie de planta, é preciso observá-la. A maior parte das plantas arbustivas, por exemplo, pode ser podada a partir do surgimento do quarto ou quinto par de ramos laterais. Corte os ramos mais baixos e não produtivos primeiro. Não há nada de errado em mantê-los na planta, mas quando chega a hora da floração estes ramos não produzirão muito, então pode-se eliminá-los desde o início. Este pequeno exercício também permite que a planta concentre mais energia nos ramos mais altos, que são mais produtivos.

2. Higiene e precisão

Utilize sempre instrumentos de corte limpos e afiados. Lâminas sujas ou enferrujadas podem ser vetores de contaminação para a planta, principalmente por que entrarão em contato com os tecidos condutores no interior da planta no momento do corte. É importante também que as tesouras de poda estejam bem afiadas, pois lâminas cegas maceram os tecidos da planta, o que dificulta a cicatrização.


Faça cortes em ângulos de 45º, assim evita-se que excesso de umidade fique acumulado no corte, o que pode favorecer o surgimento de pragas. Evite utilizar a mesma tesoura de poda em jardins outdoor e indoor. Por vezes é imperceptível, mas as pragas podem ser espalhadas para suas plantas indoor, trazidas ocultamente nas tesouras de poda. Esporos de fungo são os mais comuns.

3. Seja cuidadoso

Especialmente ao podar plantas jovens é importante tomar muito cuidado. Os ramos ainda estão crescendo como um todo e um corte no lugar errado pode arruinar com sua planta. Nunca use ferramentas de lâmina serrilhada, como facas ou serras, a não ser, é claro, se você for podar uma árvore. Evite arrancar os ramos com as mãos, pois isso cria zonas de avaria em uma região muito maior do caule em comparação à area de corte. Quanto mais tecidos internos ficarem expostos maior será a chance de contaminação por pragas.

4. Dê atenção às folhas

Ramos e folhas basais podem ser removidos como primeira poda

Remova todas as folhas mortas ou moribundas. À medida que a planta cresce, as folhas dos ramos mais altos começam a sombrear as folhas baixas que, por não receberem luz suficiente, acabam amarelando e morrendo. Para a planta, cortar essas folhas tem o mesmo efeito que cortar nossas unhas. Mas deixe as folhas superiores em paz, elas irão se beneficiar da supressão das folhas velhas e baixas e crescerão com mais vigor.

5. Mantenha altura de sua planta de acordo com o espaço disponível

Em cultivo indoor é bem provável que exista limitações de espaço, tanto vertical quanto horizontal, a não ser que o cultivador disponha de um cômodo inteiro para o jardim. Aplicar as técnicas de poda certamente pode contornar a falta de espaço e mesmo assim proporcionar uma colheita farta. Por outro lado, se as plantas estiverem ao ar livre, a falta de espaço não será um problema, mas o excesso de crescimento do vegetal é que pode atrapalhar. Plantas maiores são obviamente mais imponentes e chamativas do que plantas menores, e elas podem causar transtornos quando invadem o espaço alheio.

6. Podas de cobertura – Redirecionando o crescimento da planta


Pode parecer contra-intuitivo cortar o ramo mais alto da planta, o ramo apical, mas essa técnica pode realmente favorecer em muito a produção de nos ramos mais baixos e resultar em uma colheita final mais abundante. Os ramos superiores no topo do crescimento do vegetal possuem compostos bioquímicos que restringem o crescimento dos ramos mais baixos, devido ao comportamento natural da planta em crescer em direção à luz. Quando cortamos a ponta do ramo superior, a planta redireciona os hormônios de crescimento para os ramos laterais mais baixos, fazendo o mesmo com o suprimento de água e nutrientes, resultando em um rápido desenvolvimento desses ramos. A técnica de poda de cobertura pode ser a próxima poda após a retirada dos primeiros ramos jovens. Ela contribui para que o cultivador inicie o processo de formatação da planta conforme sua necessidade e espaço disponível.

7. Permita o tempo de recuperação da planta após a poda

A poda de cobertura geralmente coincide com o período de início da floração, de acordo com o ciclo da planta. Muitos cultivadores iniciam os preparativos para a floração logo após a poda, mas é preciso dar tempo à planta. O corte dos ramos superiores ao final da fase vegetativa não é o mesmo que cortar alguns brotos ou pequenos ramos na planta jovem. A planta levará alguns dias para realocar os nutrientes e hormônios para os ramos laterais, cerca de 4 a 5 dias. Fique atento às regas nessa fase, pois a água é o meio de transporte dos nutrientes e hormônios pelo interior da planta, e por isso é imprescindível que ela não falte. Após 5 dias pode-se iniciar as mudanças necessárias para a floração, como troca de lâmpadas e fotoperíodo.

8. Não faça podas durante a floração

Uma vez que a planta começa a florir, será uma péssima ideia podá-la. Apenas as folhas velhas devem ser retiradas nessa fase. Durante a floração a planta está direcionando toda sua energia na produção das flores, já que esta é sua forma de reprodução e, como todo ser vivo, as plantas, “querem” se reproduzir e deixar seus descendentes. Por isso, e para nossa alegria, elas investem alto nas flores. Alguns cultivadores acreditam que submeter a planta ao estresse pode forçá-la a crescer mais rápido, mas teoricamente isso não é verdade, pelos motivos já mencionados. Portanto, deixe as plantas em paz na hora da floração e certamente você será recompensado por isso.

Mais:




Para quem chegou até aqui, obrigada pela leitura. Reitero que este não é  nenhum guia definitivo sobre podas, pois o assunto é muito vasto e para cada planta é único. Mas acho que dá uma base bem boa para podermos entender como as plantas funcionam e qual a melhor maneira de tratá-las nesse quesito. No próximo post vou falar resumidamente como podo algumas das minhas plantas e os resultados obtidos. Não perca!

13 comentários:

  1. Oi Camila, você fez uma boa matéria sobre podas, um verdadeiro curso com os diversos tipos de poda, muito bom pra quem quer aprender, pois a poda é um artifício muito importante para o desenvolvimento de certas plantas, parabéns!
    Beijos.

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  2. Olá Camila, parabéns por sua publicação e dedicação ao tema, Obrigado, aprendi bastante com seu texto!

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  3. Parabéns pela matéria e pelo tempo que dedicou a elá.

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  4. Gostaria de saber por que a poda do ápice caulinar em certas plantas promove o crescimento de ramos laterais?

    Obrigada

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    1. Olá, não sei te explicar tecnicamente pois não sou formada na área de botânica, mas na prática todas as plantas promovem esse crescimento mesmo com a poda do ápice. É como se fosse um estímulo, pois ela continuaria crescendo para cima, como a parte de cima foi cortada, a planta "entende" que deve continuar o crescimento para os lados. Abraços.

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  5. Informações preciosas de muito conteúdo, obrigado por compartilhar

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  6. Muito obrigada,orientações práticas e objetivas!

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Obrigada pela visita, em breve responderei! Volte sempre!