quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Meios de propagação das plantas - Parte 3

Nesta terceira e última parte sobre meios de propagação das plantas, vamos falar de técnicas mais usadas por grandes criadores. Enxertia, borbulhia, mergulhia, alporquia e esporulação.

Material abaixo (todo texto em verde) retirado desse site

Mergulhia
"Este tipo de multiplicação vegetativa consiste em selecionar um ramo da planta, retirar todas as folhas e encurvá-lo, de modo a enterrar parte do ramo no solo; a extremidade é atada a uma estaca. Passado algum tempo, a parte enterrada irá ganhar raízes, após o que pode ser cortada a ligação com a planta progenitora, formando-se um indivíduo autônomo."




Alporquia
"Esta estratégia consiste em remover um anel de um dos ramos da planta, colocando-se numa parte úmida, envolvendo-se com um plástico e atando-se com ráfia. Depois das raízes estarem formadas, corta-se a ligação com a planta-mãe e transfere-se para o solo, onde completará o seu crescimento. Esta técnica é usada em macieiras, laranjeiras e pinheiros, por exemplo."


Enxertia
"Consiste em colocar em contato as superfícies cortadas de duas partes de plantas diferentes, podendo ser ou não da mesma espécie. As plantas utilizadas são da mesma espécie, ou de espécies muito semelhantes. Faz-se uma incisão na planta receptora, onde será colocado ou posto em contato o fragmento da planta que se pretende enxertar. Posteriormente, no local do enxerto haverá cicatrização e integração do enxerto na planta receptora. A parte que recebe o enxerto chama-se cavalo e a parte dadora chama-se garfo. Existem vários tipos de enxertia: a enxertia por garfo, a enxertia por encosto e a enxertia por borbulha."
Enxertia por garfo
"O cavalo é cortado transversalmente. Seguidamente faz-se uma fenda transversal nessa porção e introduz-se nele o garfo. A zona de união é envolvida em terra úmida para ajudar à cicatrização da união entre as duas plantas."

 


Enxertia por encosto 
"Vão juntar-se os ramos de duas plantas, que foram previamente descascados na zona de contato, e amarram-se para facilitar a união. Após a cicatrização, corta-se a parte que recebeu o enxerto que se encontra acima da zona de união e a parte da planta doadora que se encontra abaixo da mesma zona. A nova planta é constituída pelo sistema radicular e tronco da planta receptora do enxerto e pelo ramo, ou ramos, da planta doadora do enxerto."



Enxertia por borbulha 
"Efetua-se um corte em forma de T na casca do caule da planta receptora do enxerto. Depois levanta-se a casca e introduz-se no local da fenda o enxerto, constituído por um pedaço de casca contendo um gomo da planta dadora. Seguidamente, a zona de união é atada, para facilitar a cicatrização."




Link legal sobre borbulhia aqui

Esporulação

"Nos casos anteriores o descendente resulta do desenvolvimento de tecidos somáticos do progenitor mas neste caso tal não acontece. Na esporulação existem estruturas especializadas na reprodução assexuada, que produzem esporos assexuados. Os esporos são células muito resistentes e leves, facilmente disseminadas." As samambaias são um exemplo de plantas que produzem esporos. (nota minha)

 

Esporos da samambaia - Fonte


Esporos da Avenca - Fonte

Essa é uma técnica que ainda quero fazer, estou só esperando minhas samambaias darem esporos.


Retirado do livro "Enciclopédia Ilustrada 2200 Plantas e Flores - Suculentas, cactos, aquáticas e samambaias" 2ª Ed. Ed. Europa


Neste mesmo site haviam estes scans bem didáticos para você aprender a fazer mudinhas.





terça-feira, 20 de agosto de 2013

Meios de propagação das plantas - Parte 2

Continuando com o assunto, vamos ver mais 3 métodos: divisão de bulbos, divisão de touceiras, filhotes da planta-mãe.

Plantas bulbosas: São plantas que apresentam como raíz uma "batata", onde é guardada sua reserva de energia. Muitas são comestíveis como as próprias batatas que compramos em supermercado, cebolas, mandioca, gengibre, açafrão... e várias são as espécies ornamentais como as helicônias, dálias, tulipas, lírios, etc.


Bulbos de Jacinto - Fonte

Esse tipo de planta geralmente floresce de uma a duas vezes ao ano. Depois que floresce, perde as folhas e entra em hibernação, até que entre a época de florir novamente. Muitas pessoas acham que a planta morreu, mas na verdade ela está lá quietinha, criando filhotes, para florir bem mais da próxima vez. Então suspendemos as regas até que ela brote novamente. Algumas mantém as folhas o ano todo, mas também podem ser divididas. Várias lojas na internet vendem bulbos, assim como tem sites que vendem sementes. Eu mesma já comprei e estou esperando as flores de copo-de-leite e flor-de-lis.

Plantas que se reproduzem por divisão dos bulbos:


Amarílis - Fonte


Helicônias - Fonte


Dálias - Fonte


Lírio-de-natal - Fonte

Como dividir os bulbos: quando a planta florir e depois perder as folhas, está na hora de fazer a propagação. Tire da terra e separe os bulbilhos do bulbo-mãe e replante em outro vaso, ou guarde em um lugar fresco e seco e replante em alguns meses. Se a planta é do tipo de floresce ou continua com as folhas o ano todo, também pode ser separada. É só desenterrar a planta com as batatas e tudo e separar os bulbos.



Divisão de touceiras: É famosa por aí a expressão: "planta entouceirada". São plantas que vão crescendo junto com a planta-mãe. Então é só desenterrar e separar as raízes. Funcionam pra esse método algumas orquídeas, samambaias, agapantos, antúrios, bromélias... algumas plantas bulbosas podem ser consideradas também nesse grupo, pois também formam touceiras, ou seja, vão crescendo outras plantas ao redor da planta-mãe.



Filhotes da planta-mãe: Chamado de Multiplicação Vegetativa Natural, várias plantas produzem filhotes nas próprias folhas, caule aéreo ou caules subterrâneos (bulbos, tubérculos e rizomas). Então não tem segredo. Como os filhotes já tem raíz, é só por na terra e ser feliz.

Fonte do material abaixo: Aqui

Folhas: certas plantas desenvolvem pequenas plântulas nas margens das folhas. Estas, ao cair no solo, enraízam e dão origem a uma nova planta (ex.:Bryophyllum)


A maioria das plantas suculentas formam filhotes nas bordas das folhas, como as Kalanchoes. 

Estolhos: certas plantas, como o morangueiro, produzem plantas novas a partir de caules finos e longos de crescimento aéreo e horizontal, chamados estolhos. Estes, ao caírem no solo enraízam formando novas plantas.

 
Morangueiro

Rizomas: os lírios, o bambu e os fetos, possuem caules subterrâneos alongados e com substâncias de reserva, denominados rizomas. Estes, além de permitirem à planta sobreviver em condições desfavoráveis, podem alongar-se, dando origem a gemas que se vão diferenciar em novas plantas.

 
Bambu


Tubérculos: Os tubérculos são caules subterrâneos volumosos e ricos em substâncias de reserva, sendo a batata um dos mais conhecidos. Os tubérculos possuem gomos com capacidade germinativa e que originam novas plantas.

 






quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Meios de propagação das plantas - Parte 1

Além das sementes, existem vários outros métodos de propagação de plantas. Eu acho o semeio mais fácil, não no sentido da prática, mas da porcentagem de sucesso. Muitas pessoas tem dificuldades de propagar por sementes. Mas é questão de prática. Cada planta exige um macete, umas demoram uns dias pra brotar, outras meses... umas as sementes são pequenas como pó, outras duras demais e necessitam tratamentos para germinarem mais depressa. Em todos os casos, o essencial é a paciência. Saber esperar. Vou dar uma pincelada geral aqui, então dividi em 3 posts pra não ficar cansativo.

Bom, o segundo método mais eficaz com certeza é o da estaquia. Vamos falar um pouco sobre ele. Existem 3 tipos básicos de estaquia: de galhos, da ponta de ramos e das folhas. Praticamente a maioria das plantas se consegue pelo método de estaquia, que é muito simples.

Pata todos os métodos, utilizar uma mistura de duas partes de terra para uma de húmus. Regar bem após o plantio e todos os dias, até o enraizamento. Você saberá que enraizou quando começarem a nascer novas folhas. Pode-se usar um hormônio enraizador para facilitar e ter mais sucesso no plantio. Deixar a muda na sombra, mas onde pegue luz indireta.

Estaquia de galhos: corte um galho da planta em questão (as árvores são as mais propícias para esse método), que tenha pelo menos 3 gemas (brotos), com uns 20 cm. Corte na diagonal para facilitar o enraizamento. Retire todas as folhas e flores se houver, e enfie uns 10 cm na terra. 

  

Um fator muito importante nesse processo, é retirar todas as folhas e flores da estaca e deixar somente as gemas. Porquê? A estaca precisa gastar energia no enraizamento. Se tiver folhas e flores para sustentar, gastará muita energia com elas e pouca para enraizar, diminuindo o processo.

Estaquia da ponta de ramos: é a mesma coisa da de galhos, com a diferença que irá cortar a ponta do galho com as folhas. Irá retirar somente as folhas de base até o meio, que vão ser colocadas na terra. Mas não deixe flores, de houver. Se usa para arbustos e outras plantas menos lenhosas que árvores.



Estaquia de folhas: Valem mais para plantas suculentas e cactos. Algumas outras como violetas e begônias também conseguem por esse método. Para suculentas, é só destacar uma folhinha da planta, sem cortar, e deixar sobre o substrato. Em alguns dias ela formará raízes e um novo broto se formará na base da folha. Para os cactos, destacar um ramo e enfiá-lo no substrato. Cuidado com as regas. Já as violetas e begônias, é só retirar uma folha com talo, e enfiar no substrato. É só um exemplo, mas existem várias que se consegue por esse método. Aqui já fiz com peperômias também.



Um método bem fácil também é o enraizamento de talos e folhas na água. A maioria das ervas se consegue assim. Alecrim, boldo, alfazema... não só elas, mas várias plantas, é só testar. Coloque um talo ou folha da planta em um copo de água por umas 2 semanas (troque a água todos os dias), e ela criará raízes, podendo ser plantada normalmente.


Um adendo nesse parágrafo: plantando abacaxi por enraizamento da coroa


Algumas plantas como as begônias se multiplicam facilmente pelo enraizamento das folhas deitadas diretamente na terra, ou apenas pedaços das folhas.



Já testei todos acima, menos o enraizamento do tipo da begônia e recomendo todos. Tenho abacaxi igual acima (ainda sem abacaxi), tenho violeta pela estaquia das folhas, suculentas, cactos... Já usei hormônio enraizador e recomendo. Só já testei os de diluir e regar a terra, os de mergulhar a ponta da estaca nunca.

Um produto que pretendo testar ainda é a espuma fenólica. É uma espuma neutra onde você enfia a estaca nela e deixa lá. Parece que o enraizamento é certo. Serve pra semeadura também. Como é:








terça-feira, 13 de agosto de 2013

Transplantando mudinhas das sementeiras

De todo o processo de semeadura até a planta adulta, para mim a parte mais dramática é esta. Pois com certeza sei que perderei algumas mudinhas no caminho. Mas é a vida, e as mudinhas a cada mês pedem um lugar maior para crescerem e ficarem bonitas.

Aqui uma das minhas sementeiras já com mudinhas gritando por um vasinho, rss. A maioria dos quadradinhos estavam com mais de uma mudinha. O ideal é que cada quadrado tenha uma muda, então ela pode ficar um bom tempo aí até que você tenha um local disponível. O problema é que ela não irá se desenvolver. Mas repare que tenho nichos com grande quantidade de micro mudinhas, e essas vão ser difíceis de separar. O fato é que destas as sementes eram praticamente um pó, então não tinha como por 3 por nicho, como recomendam. Vou esperar crescerem mais para poder replantar.



Aqui temos Russélia


E aqui ficóide, um tipo de suculenta. Essa tá pedindo peloamordedeus pra ser transplantada, rss


Bom, como meu espaço está crítico, vou fazendo assim: separo as mudinhas da sementeira com nichos mais pequenos e vou plantando na sementeira de nicho maior, como as acima. Ou então em bandejas improvisadas, como essas:


Essas mudas maiores são de Mirabilis, e já estão prontas para saírem daí. As outras pequenas são de petúnia. Essas petúnias me deram trabalho! Semeei na sementeira muitas em um quadradinho só, pois as sementes são que nem pó. Cresceram muito apertadas e não iam pra frente. O problema é que ainda estavam muito pequenas para serem separadas, minúsculas mesmo. Mas se eu não separasse, elas não iriam crescer. Resolvi arriscar. Perdi algumas mas a maioria está crescendo de vento em popa!


Vamos para a prática! Nos saquinhos de sementes comerciais, recomendam transplantar para o local definitivo quando a plantinha tiver 4 folhas ou mais. Não recomendo. Já fiz e perdi tudo. Deixe a muda lá por pelo menos um mês, até que as raízes estejam bem fortes e a planta robusta. A não ser que aconteça de em poucos dias ela crescer muito, como vou mostrar abaixo.

Hoje tive que transplantar umas mudinhas de capuchinha, que semeei tem uns 7 dias, e já estavam muito grandes para o local. 


Vejam como as raízes já estavam enormes!


No transplante, é importante preservar o máximo a integridade das raízes. No caso dessa estava fácil, pois não precisei separar mudas, pois só tinha uma em cada quadrado. Ela foi pra uma sementeira maior, mas creio que daqui uma semana precisará ir pro local definitivo.


Esta jardineira estava produzindo pouco, resolvi tirar daí estas mudinhas e por outras plantas maiores que estavam em um mesmo vaso pedindo para serem separadas.


Lembrem-se da integridade da raíz! Eu mexo com um palito toda a terra envolta até embaixo, pra soltar a terra da raíz e puxo com cuidado.



Pronto!


Vejam este vaso... dá pra crer que tem umas 5 plantas aí? Foi algumas flores que nem lembro quais plantei de semente de saquinho e deixei... tadinhas!


Bom, vamos lá dar uma casa decente às coitadas? Tire o torrão todo do vaso... é fácil quando você molha bem a terra e dá umas espremidas no vaso.


Separe as mudas cuidando para preservar o máximo as raízes. No caso, elas estavam emaranhadas, então tive que tirar um tanto bom. 


Pronto! Dá pra imaginar que isso tudo estava num único vaso pequeno? Não se preocupe se as plantas serem uma murchada, é normal até que se adaptem ao novo ambiente.


Agora a parte melindrosa... fazer o que os botânicos chamam de "raleamento". É retirar todas as mudinhas mais fracas do nicho da sementeira e deixar uma só por nicho, a mais forte. Como eu sou teimosa, não jogo fora as outras, planto todas. E elas crescem felizes.


Tire o torrão e separe as raízes delicadamente.


Pronto! Feliz no berçário novo!


IMPORTANTÍSSIMO: Sempre que replantar uma mudinha ou mesmo plantas grandes, adultas, regue muito! Todos os dias! Até que a raíz se firme!  Se for muda bebê então, regue todos os dias até que ela vá para o local definitivo, aí continue regando todos os dias até que você veja que ela está bem firme!