terça-feira, 12 de agosto de 2014

Sobre plantas híbridas e Coléus

Primeiro vamos falar dos Coléus. Sou apaixonada nesse plantinha e posso dizer que tenho uma pequena coleção. Abaixo algumas que tenho atualmente.





É uma planta extremamente fácil de cuidar e de reproduzir. Seu nome científico é Solenostemon scuttellarioides e também conhecida como arco-íris. Gosta de muita água (aqui nessa época de seca do Sudeste rego todos os dias) e de lugares extremamente iluminados. Não gosta de sol forte direto, porém se não tomar pelo menos o sol da manhã ou do fim da tarde fica desbotada. Abaixo exemplo da mesma planta com colorações diferentes. Uma fica na sombra a outra pega mais um pouco de claridade.





Sua propagação é facílima por estaquia: é só deixar um pedaço do caule com folha e tudo na água por uns dias até formar raízes, depois ela está pronta para plantio. Também é fácil plantar por sementes. Depois da floração, quando as flores secam, dentro há várias pequenas sementes pretas que germinam facilmente e bem rápido. Das sementes de uma mesma planta podem nascer "n" variações de plantas diferentes (aí entra a hibridização que vamos falar mais pra frente). Abaixo uma antiga sementeira com alguns coléus. Estes foram plantados de sementes de saquinho da Feltrin.




Ela dá tantas sementes que se espalham por vasos em todo meu quintal. E quem disse que eu não gosto? Além de embelezarem vasos com outras plantas, possuo combinações que talvez ninguém tenha, pois que foram polinizações cruzadas (já falo disso) entre os outros coléus do meu quintal. Abaixo alguns nascimentos espontâneos em alguns vasos.










Eu só vejo um problema nessa plantinha linda. As cochonilhas adoram! Então preste muita atenção. Eu não sou muito de jogar veneno nas plantas. Quando tem pouca infestação tiro com a mão mesmo. Se está demais podo. Ela se recupera rapidamente. Abaixo mais algumas que tenho atualmente e servem como exemplo de como sem sol ficam desbotadas. Esse local nesta época não pega sol, mas na primavera e verão sim. Também são mudas jovens.







Agora vamos falar das plantas híbridas. O que são? Você já deve ter ouvido falar muito delas por aí.

"Variedade e híbrido são muitas vezes utilizados como sinônimos na agricultura, mas isso é errado, pois representam tipos completamente diferentes de sementes. Entenda a diferença entre eles. Híbridos são obtidos pelo cruzamento forçado entre duas plantas de linhagens puras diferentes. Variedades são obtidas pelo cruzamento natural entre plantas da mesma linhagem."

Preste atenção nessas duas plantas que nasceram num mesmo vaso. Elas são filhas de uma mesma planta, porém com cacterísticas diferentes. Então representam uma variedade. Houve cruzamento entre flores da mesma espécie mas com características diferentes, resultando na mistura das cores.





HÍBRIDOS
"Híbrido é o resultado do cruzamento entre dois genitores (pais) de linhagens puras diferentes, possuindo características homogêneas entre si, mas diferentes dos pais. Sementes colhidas de plantações de híbridos geralmente não possuem as mesmas características desejáveis dos pais, não sendo recomendável o seu plantio em produções comerciais. Por este motivo, quando plantamos sementes híbridas, precisamos comprar sempre sementes novas."

Características dos híbridos

"Sementes híbridas são obtidas por polinização induzida, sendo este um processo caro e complexo. Em geral, as sementes híbridas geram plantas com alto vigor e produtividade. No entanto, para produzir bem, os híbridos precisam de ótimas condições de crescimento, com as quantidades corretas de fertilizantes, água, e agrotóxicos. Em condições rústicas, os híbridos costumam produzir pior que as variedades. Além disso, os híbridos são mais homogêneos, o que possibilita a maior eficiência na aplicação de tecnologias, como o uso de maquinários, e a maior homogeneidade do produto final. O milho híbrido, por exemplo, possui espigas na mesma altura, facilitando o trabalho das máquinas colhedoras."

Estas mudinhas abaixo cresceram em vasos próximos ao vaso dos coléus que mostrei acima que nasceram no mesmo vaso, porém com características diferentes. Todas são filhas da mesma planta, mas vejam como cada nova mudinha tem um aspecto diferente. Quando forem adultas e derem flores, provavelmente os polinizadores como abelhas e mosquitos farão mais cruzamentos gerando outras plantas novas. Mas lembre-se que estas são variedades e não híbridos, pois foram concebidos de maneira natural.




Abaixo a planta-mãe:



Variedades

"Variedades são as plantas geradas por polinização natural, tendo sido obtidas pela simples seleção de plantas com características desejáveis, que tem sido feita por milênios pela humanidade. As variedades são plantas mais heterogêneas (desiguais) entre si. Entretanto, as sementes colhidas de plantações de variedades expressam características semelhantes às dos pais, permitindo-se a utilização das sementes geradas para o próximo plantio."

Características das variedades

"As variedades são plantas mais rústicas, que toleram condições menos favoráveis ao seu crescimento. No entanto, não passam a produzir muito mais se quando aplicamos fertilizantes, água e agrotóxicos nas doses ideais. Além disso, as variedades geram lavouras mais heterogêneas (desiguais), o que dificulta a mecanização e a aplicação de novas tecnologias. Na aplicação de fungicidas, por exemplo, quando algumas plantas possuem alturas diferentes, as plantas mais altas receberão mais produto do que as plantas mais baixas, gerando problemas no manejo de doenças. Por esses motivos, as variedades são mais recomendáveis para cultivos de baixa tecnologia."


Abaixo alguns exemplos de uma mesma planta com variedades diferentes. Todas são do meu jardim. Estas já peguei assim, não nasceram espontaneamente.






"Desde que o ser humano começou a domesticar plantas para consumo e contemplação, houve a preocupação em selecionar as sementes e mudas mais vistosas e resistentes. O que no início era uma atividade intuitiva – se uma planta desse uma boa produção era natural que se guardassem as sementes, bulbos ou estacas daquela espécie de boa cepa -, hoje tornou-se uma ciência exata graças à genética.
"Os grandes produtores de alimentos usam a genética para pesquisar os melhores genes dominantes e cruzá-los para que determinadas culturas sejam mais produtivas e resistentes. E assim é com a produção de flores de corte e plantas ornamentais; flores como o lírio (Lilium), graças ao hibridismo, podem ser plantadas em qualquer parte da Terra e não só na Europa e América do Norte, e com uma variedade de cores e formatos que beira o infinito.
"Das técnicas antigas e muito eficazes de enxerto às pesquisas laboratoriais sobre os genótipos e seus fenótipos, o hibridismo tornou-se uma alternativa econômica e ecológica para a produção de plantas melhores e resistentes a pragas. Com as plantas híbridas pode-se cultivar espécies nativas de diferentes áreas do globo terrestre, adaptando-as às condições climáticas e de solo em qualquer lugar do planeta sem que se corra o risco de que ela venha a perecer ou tornar-se invasiva."

Aqui algumas que já tive e não tenho mais.



Essa era pendente, quero outra =( As cochonilhas acabaram com a coitada...




Essa grandona foi plantada de semente da Feltrin, e era muito muito grande as folhas!


Um texto interessante para quem quer saber mais sobre os híbridos, ótimo artigo científico: "Quando os híbridos são férteis"

Abaixo fotos da internet com algumas das imensas variedades dessa herbácea tão peculiar.












segunda-feira, 14 de julho de 2014

Tudo o que você precisa saber a cerca de sementes

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Neste post falei um pouco sobre como plantar sementes. Não sou especialista no assunto, e nem pretendo que seja um tratado, apenas experiências e estudos pessoais que achei interessante passar para vocês. Quando criei o blog meu intuito era mostrar como achar as sementes nas plantas, pois eu tinha esta dificuldade e acabei aprendendo sozinha. Procurava na internet onde estavam as sementes de tal planta e não achava nada sobre. O tempo foi passando e outros assuntos sobre plantas foram inseridos no blog. Agora por um anseio meu e acho que de muita gente, resolvi escrever algo a cerca das sementes, desde o início. Vamos estudar juntos, pois não sou bióloga nem botânica (gostaria!). Isso ajuda bastante na hora da procura das sementes e até entender como acontece o nascimento da mudinha nos ajuda a cuidar melhor das nossas sementeiras e também fazer com que nossas plantinhas adultas nos dêem sementes.


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De onde vem a semente? Como tudo começa?

Vamos voltar no tempo de escola e nos lembrar das aulas de Biologia. Assim como os seres humanos, nas plantas também há fecundação, e a semente é o óvulo fecundado e o fruto é o ovário que se desenvolveu. A nova planta virá do embrião que se encontra dentro da semente e que se desenvolverá depois de plantada. Tudo começa com a polinização. 

"A polinização é a transferência de grãos de pólen das anteras de uma flor para o estigma (parte do aparelho reprodutor feminino) da mesma flor ou de uma outra flor da mesma espécie. As anteras são os órgãos masculinos da flor e o pólen é a gameta masculino. Para que haja a formação das sementes e frutos é necessário que os grãos de pólen fecundem os óvulos existentes no aparelho reprodutor feminino." (Fonte )

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Mas como ocorre a polinização?

"A transferência de pólen para o estigma pode ocorrer das anteras para o estigma da mesma flor ou de flor diferente, mas na mesma planta (autopolinização) ou pode ser feita de uma flor para outra em plantas diferentes (polinização cruzada). " Fonte

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"A transferência de pólen pode ser através de fatores bióticos, ou seja, com auxílio de seres vivos, ou abióticos, através de fatores ambientais, esses fatores pode ser: vento (Anemofilia), água (Hidrofilia); insetos (Entomofilia), morcegos (Quiropterofilia), aves (Ornitofilia).

"Para atrair os agentes polinizadores bióticos as espécies vegetais oferecem recompensas, pólen, néctar, óleos ou mesmo odores, utilizadas na alimentação ou reprodução dos animais. Contudo, nem todos os animais que procuram as recompensas atuam como polinizadores efetivos, muitos visitantes são apenas pilhadores oportunistas, que roubam a recompensa sem exibir um comportamento adequado para realizar uma polinização eficiente.
"Anos de co-evolução entre planta e agente polinizador, favoreceram umas adaptações morfológicas, fisiológicas e comportamental, que algumas vezes tiveram como conseqüência uma dependência tão estreita que a extinção de um leva a extinção do outro." Fonte

Não havendo polinização, não há formação de sementes. Daí muitas pessoas perguntarem porque suas plantas não dão sementes. Se estiver em apartamento, o melhor lugar para a planta ficar e poder se auto-polinizar (na falta de insetos ou animais que o façam) é em uma janela ou varanda onde tenha vento. Se não, é partir pra polinização manual. Como fazer? Depois dos conteúdos acima é fácil. Achar o pólen e a antera e transportar o primeiro ao segundo.

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No blog Os Saberes do Jardim tem um post sobre polinização de pimentas muito legal, e pode ser usado com qualquer planta.

Bom, a planta sendo polinizada, ela vai frutificar, e no fruto vêm as sementes. 

"Os frutos surgem do desenvolvimento dos ovários, geralmente após a fecundação dos óvulos. Em geral, a transformação do ovário em fruta é induzida por hormônios liberados pelos embriões em desenvolvimento. Existem casos, porém, em que ocorre a formação de frutos sem que tenha havido polinização.  Um fruto é constituído por duas partes principais: o pericarpo, resultante do desenvolvimento das paredes do ovário, e as sementes, resultantes do desenvolvimento dos óvulos fecundados. O pericarpo compõe-se de três camadas: epicarpo (camada mais externa), mesocarpo (camada intermediária) e endocarpo (camada mais interna). Em geral o mesocarpo é a parte do fruto que mais se desenvolve, sintetizando e acumulando substâncias nutritivas, principalmente açucares. " Fonte

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Classificação dos frutos

"Diversas características são utilizadas para se classificar os frutos, entre elas o tipo de pericarpo, se o fruto abre-se ou não espontaneamente para liberar as sementes, etc.

"Frutos que apresentam pericarpo suculento são denominados carnosos e podem ser do tipo baga, quando se originam de ovários uni ou multicarpelares com sementes livres (ex.: tomate, abóbora, uma e laranja), ou do tipo drupa, quando se originam de ovários unicarpelares, com sementes aderidas ao endocarpo duro (ex.: azeitona, pêssego, ameixa e amêndoa).
"Frutos que apresentam endocarpo não suculento são chamados de secos e podem ser deiscentes, quando se abrem ao amadurecer, liberando suas sementes, ou indeiscentes, quando não se abrem ao se tornar maduros." Fonte

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A diferença de fruta e fruto

"O que se conhece popularmente por “frutas” não tem significado botânico. Fruta é aquilo que tem sabor agradável, às vezes azedo, às vezes doce. É o caso da laranja, pêssego, caju, banana, pêra, maça, morango, amora. Note que nem toda fruta é fruto verdadeiro.
"Já o tomate, a berinjela, o jiló e a abobrinha, entre outros, são frutos verdadeiros, mas não são frutas… 
Nos pseudofrutos a porção comestível não corresponde ao ovário desenvolvido. No caju, ocorre hipertrofia do pedúnculo floral. Na maça, na pêra e no morango, é o receptáculo floral que se desenvolve. Assim, ao comer a polpa de um abacate ou de uma manga você está se alimentando do fruto verdadeiro. No entanto, ao saborear um caju ou uma maça, você está mastigando o pseudofruto. No caso da banana e da laranja de umbigo (baiana), o fruto é partenocárpico, corresponde ao ovário desenvolvido sem fecundação, logo, sem sementes. Fonte

Germinação 


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"A semente é o óvulo modificado e desenvolvido. Toda a semente possui um envoltório, mais ou menos rígido, um embrião inativo da futura planta e um material de reserva alimentar chamado endosperma ou albúmen.
"Em condições ambientais favoráveis, principalmente de umidade, ocorre a hidratação da semente e pode ser iniciada a germinação.
"Todo o embrião contido em uma semente de angiosperma é um eixo formado por duas extremidades: A radícula, que é a primeira estrutura a emergir, quando o embrião germina; e o caulículo, responsável pela formação das primeiras folhas embrionárias.
"Uma “folha” embrionária merece especial atenção. É o cotilédone. Algumas angiospermas possuem dois cotilédones, outras possuem apenas um. Plantas que possuem dois cotilédones, são chamadas de eudicotiledôneas e plantas que possuem um cotilédone sã chamadas de monocotiledôneas. Os cotilédones inserem-se no caulículo, que dará origem ao caule." Fonte

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"O crescimento de uma planta começa a partir da germinação da semente. A hidratação da semente, por exemplo, ativa o embrião. As reservas contidas no endosperma ou nos cotilédones são hidrolisadas por ação enzimática. As células embrionárias recebem os nutrientes necessários, o metabolismo aumenta e são iniciadas as divisões celulares que conduzirão ao crescimento.
"A radícula é a primeira estrutura a imergir; a seguir, exterioriza-se o caulículo e a plântula inicia um longo processo que culminará no vegetal adulto." Fonte

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Então depois desse pequeno estudo sobre as sementes, dá pra saber um pouquinho onde elas se formam, assim quando for procurar uma semente em uma planta, já temos uma idéia de onde procurar: onde estavam as flores. Algumas plantas se propagam mais facilmente por estaca ou divisão da planta entre outros. Fiz 3 matérias sobre o assunto que você pode ler aquiaqui e aqui .

Tipos de sementes

Existem basicamente dois tipos: as encerradas e as sementes nuas. "As Sementes Encerradas são produzidas pelas angiospermas. Os óvulos encontram-se dentro do ovário, uma estrutura que existe no interior da flor. À medida que a semente amadurece, o ovário expande-se e forma o fruto, que protege a semente em desenvolvimento. 
"As Sementes Nuas são produzidas pelas gimnospermas. Essas árvores e arbustos produzem óvulos na superfície superior das escamas que formam os cones. As gimnospermas não têm ovário, de forma que suas sementes não ficam encerradas durante o desenvolvimento. No entanto, as escamas dos cones fecham-se enquanto as sementes amadurecem, oferecendo-lhes assim alguma proteção."  Fonte

Semente de lótus / Fonte
Vagens e sementes de cardamomo / Fonte


Vagens e sementes de Canafístula / Fonte


Sementes de Flamboyant / Fonte


Cápsulas e sementes de Tabaco

Sementes que voam:

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Ao longo dos posts no blog há algumas matérias sobre sementes específicas. Sugiro ir na caixa de pesquisa do menu direito e digitar a palavra sementes. 

Por fim, um folheto que achei nas pesquisas bem interessante. Vamos espalhar sementes por aí?

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domingo, 29 de junho de 2014

Sobre fertilizantes e adubos

Como falado no post anterior, um bom substrato é essencial para o bom desenvolvimento das plantas. E neste substrato deve conter uma mistura equilibrada de nutrientes básicos de que as plantas necessitam para crescerem fortes e saudáveis. Isso se tem com uma boa adubação. É importante ressaltar que a saúde das plantas, no que concerne à uma boa resistência às pragas se deve à uma nutrição constante por meio dos fertilizantes, orgânicos ou não. Assim como nós humanos precisamos de vitaminas para manter nosso sistema imune resistente à vírus e bactérias, com as plantas não poderia ser diferente.



Deficiência de nutrientes. Fonte

Na natureza isso ocorre de maneira natural de várias formas: material vegetal que cai das próprias árvores e é decomposto  por micro-organismos que vivem no solo e não são prejudiciais às plantas; fezes de animais; água da chuva, etc.

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"Para se desenvolver, o vegetal retira do solo macronutrientes e micronutrientes que são compostos de átomos de elementos químicos que passam a constituir os seus tecidos. Os micronutrientes são consumidos em pequenas quantidades, enquanto que os macronutrientes são consumidos em larga escala e são compostos principalmente de carbono, hidrogênio e oxigênio, obtidos por meio do gás carbônico (CO2) presente no ar e na água (H2O)."
"Outros elementos essenciais para o crescimento das plantas são: enxofre, nitrogênio, fósforo e potássio. Esses nutrientes são retirados do solo e, depois, quando as plantas morrem, elas se decompõem e devolvem tais nutrientes à terra, o que possibilitará que outras plantas possam usar esses nutrientes para crescer. No entanto, o ser humano interfere nesse ciclo, colhendo as plantações. Então, com o passar do tempo, os nutrientes da terra vão cessando, empobrecendo o solo, que não mais poderá ser usado para o plantio. Assim, é preciso que o próprio homem enriqueça o solo com esses nutrientes. Isso é feito por meio de adubos, que podem ser orgânicos ou inorgânicos. (Fonte)
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Tipos de adubos

- Orgânico: "são adubos obtidos por meio de matéria de origem vegetal ou animal, como esterco, farinhas, bagaços, cascas e restos de vegetais, decompostos ou ainda em estágio de decomposição. Esses materiais sofrem decomposição e podem ser produzidos pelo homem por meio da compostagem*.
"Uma das vantagens do adubo orgânico é que, com a compostagem, reciclam-se resíduos sólidos municipais urbanos de origem orgânica. Também é possível reciclar tais resíduos dispostos conjuntamente com lodo gerado em estações de tratamento de esgotos domésticos, minimizando, assim, o lixo produzido. Além disso, ainda há diminuição da quantidade de restos orgânicos (que são depositados nos rios) e dos chorumes (que infiltram o solo, atingindo as águas subterrâneas).  
"Na compostagem, a matéria orgânica é segregada e submetida a um tratamento composto por dois estágios básicos: a digestão (fermentação causada por microrganismos, sendo que os principais são as bactérias, os fungos e os actinomicetos. Nesse estágio,o material alcança o estado de bioestabilização e a decomposição ainda não está completa) e a maturação (a massa em fermentação atinge a humificação, dando origem a uma massa denominada húmus, estado em que o composto apresenta-se como melhorador do solo e fertilizante)."


Fonte


"O adubo gerado é denominado composto. É rico em macronutrientes e incorpora, em doses mínimas, micronutrientes também. Além disso, aumenta a flora bacteriana e a microfauna, essenciais na formação do húmus*."

 * O que é húmus? "Húmus ou humo é a matéria orgânica depositada no solo, resultante da decomposição de animais e plantas mortas, ou de seus subprodutos. O processo de formação do húmus é chamado humificação e pode ser natural, quando produzido espontâneamente por bactérias e fungos do solo (os organismos decompositores), ou artificial, quando o homem induz a produção de húmus, adicionando produtos químicos e água a um solo pouco produtivo. Vários agentes externos como a humidade e a temperatura contribuem para a humificação. Na formação do húmus há liberação de diversos nutrientes, mas é de especial consideração a liberação de nitrogênio. A compostagem é uma forma de "fabricar" húmus para utilizar como composto, ou seja, fertilizante orgânico na agricultura."A vermicompostagem é o uso da minhoca na produção de húmus, decompondo resíduos e dejetos de animais e também o lixo urbano (orgânico), colaborando com a melhoria dos solos, sequestrando carbono e eliminando cheiros desagradáveis. A vermicompostagem é um processo bastante difundido, em especial entre moradores de áreas rurais, visto a minhoca ser uma verdadeira máquina de limpeza dos resíduos. Quando colocada a quantidade correta de minhocas (ao redor de 5.000 unidades por metro quadrado) em 30 a 35 dias (na compostagem normal leva de 100 a 300 dias), pode transformar 2,5 toneladas de resíduos orgânicos em humus, em um canteiro de 10x0,80x0,40m. A minhoca come os resíduos, e seu excremento possui ao redor de 2 milhões de bactérias por grama, enriquecendo o solo deixando disponível as plantas praticamente todo o complexo mineral (cinco vezes e meia mais nitrogênio, duas vezes mais cálcio, duas vezes e meia mais magnésio, sete vezes mais fósforo e onze vezes mais potássio que o solo ou o resíduo que se alimentou)." (Fonte)

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Bokashi


"Bokashi é um adubo orgânico. O nome tem origem japonesa e significa diluir, borrifar também significando composto orgânico.O composto é uma mistura de diversos ingredientes orgânicos que, após o processo de fermentação, é utilizado na adubação orgânica com excelentes resultados. O Bokashi fornece macro e micro nutrientes de forma natural, equilibrada e na dosagem certa, não tem cheiro e libera os nutrientes imediatamente após a sua aplicação. É um produto totalmente orgânico que mantêm as plantas bem nutridas, além de manter o meio de cultivo com vida. O composto é utilizado no cultivo de orquídeas com formulações prevalecendo componentes nitrogenados ou fosforados." (Fonte)

** Aprenda a fazer seu próprio Bokashi no blog Mungo-verde

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Fonte

* Esterco de boi e galinha: É importante estarem sempre bem curtidos, para não queimar a planta. Como fazer aqui



"Por que deve ser utilizado o esterco animal curado (curtido) e não o fresco? No curtimento ou cura, eliminamos todas as sementes de ervas espontâneas e também possíveis patógenos ou parasitas que possam contaminar os alimentos e causar problemas de saúde para os consumidores."


Mais sobre esterco aqui

                                         
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*Compostagem

Você pode fazer em casa, aproveitando os resíduos da cozinha e tendo um adubo de excelente qualidade. No blog De Verde Casa ensina a fazer sem minhocas e aqui com minhocas. Também no blog Os Saberes do Jardim uma experiência com minhocário.



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- Adubo Inorgânico: "são adubos obtidos a partir de extração mineral ou refino do petróleoAlguns exemplos são: os fosfatos, os carbonatos, os cloretos e o salitre do chile."



Fonte
"A vantagem desse tipo de adubo é que, como eles se apresentam na forma iônica, seus nutrientes são absorvidos pelas plantas com maior facilidade e o resultado é mais rápido.
Além disso, eles apresentam composição química definida e os orgânicos não; de modo que é possível realizar com eles cálculos precisos sobre a quantidade que se deve usar em cada caso. Isso é extremamente importante, pois o uso excessivo de adubos inorgânicos pode causar desastres ambientais, como mudança na composição química do solo, tornando-o menos produtivo e, em longo prazo, causando danos ao ecossistema.É por isso que muitos ambientalistas defendem o uso dos adubos orgânicos, dizendo que eles não causam nenhum risco ambiental. Porém, os que defendem os adubos inorgânicos dizem que os orgânicos só são viáveis para pequenas lavouras e que podem contaminar o solo se houver agentes infecciosos nas fezes dos animais.Uma saída, nesse último caso, é usar somente restos vegetais para produzir o adubo orgânico. Mas uma boa maneira de se compensar os efeitos negativos de cada método de adubação é conhecer bem as propriedades do solo que se está trabalhando e realizar uma combinação equilibrada de todas essas técnicas." (Fonte)

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No mercado encontramos o NPK e outros como os da linha da Forth. Eu gosto muito do Forth Flores. O NPK significa Nitrogênio-Fósforo-Potássio. São encontrados em várias dosagens para cada finalidade. Por exemplo o 4-14-8 é indicado pra floração pois tem alto teor de fósforo, substância essencial para esse fim. O 10-10-10 é o equilibrado e serve para qualquer tipo de planta e assim vai. Os números significam a porcentagem de cada composto sendo o 4-14-8: 4% de nitrogênio, 14% de fósforo e 8% de potássio. Esses são os 3 ingredientes básicos para desenvolvimento das folhas, flores e frutos. A dosagem deve ser usada de acordo com o rótulo do produto. Sempre colocar em volta da planta longe das raízes e em horário sem sol. Regar bem após.



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Mas como vimos acima, além dos compostos orgânicos e do NPK as plantas precisam de várias outras substâncias, que deverão ser complementadas com outros tipos de fertilizantes, no caso dos inorgânicos achamos se várias marcas pelo mercado e no caso dos orgânicos, utilizar além de húmus e esterco; farinha de ossos, torta de mamona ou algodão, etc. Abaixo exemplos do que a falta de certos nutrientes causa às plantas. À primeira vista pensamos ser um tipo de praga, mas muitas vezes é só falta de adubo.

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FUNÇÕES DOS NUTRIENTES NAS PLANTAS

- Nitrogênio: Componente do citoplasma, enzimas e coenzimas.
- Fósforo: Armazenamento e fornecimento de energia.
- Potássio: Efeito coloidal (promove a hidratação), armazenamento de energia (fosforilação), fotossíntese e respiração, síntese de aminoácidos e proteínas, abertura de estômatos, translocação de carboidratos.
- Cálcio: Regulação da hidratação, ativação de enzimas, desenvolvimento e funcionamento das raízes.
Magnésio: Regulação da hidratação, ativação de enzimas (respiração e síntese de proteínas), armazenamento e transferência de energia.
- Enxofre: Componente do citoplasma e proteínas (inclusive enzimas).
- Boro: Organização e funcionamento de membranas (atividade de ATPase e absorção iônica). Germinação do grão de pólen e crescimento do tubo polínico. Florescimento e expressão sexual. Elongação celular, divisão e metabolismo de ácidos nucléicos.Metabolismo de auxinas (AIA), fenóis e lignificação (parede).Transporte de carboidratos e auxina.Ativação do zinco.
- Cobalto: Controle hormonal (ácido abcísico etileno).
- Cloro: Absorção iônica (atividade de ATPase)Ajustamento osmótico.Atividade osmótica.Movimentos foliares.
- Cobre: Metabolismo de fenóis e lignificação.Formação do grão de pólen e fertilização.Nodulação e fixação de nitrogênio.
- Ferro: Síntese de clorofila.Desenvolvimento dos cloroplastos.Desenvolvimento dos ribossomos e síntese protéica.
- Manganês: Biossíntese de clorofila, de glicolipídeos e ácidos graxos na membrana dos cloroplastos.Manutenção da integridade funcional da membrana cloroplasmática.Controle hormonal (AIA).Síntese de proteínas e RNA.
- Molibdênio: Formação dos grãos de pólen.Metabolismo de proteínas e de ácidos nucléicos.Absorção e transporte de ferro.
- Silício: Redução na toxidez de manganês, ferro e outros elementos.Esterificação do fósforo.Metabolismo de fenóis.Composição da parede celular, proteção contra pragas, moléstias e transpiração.Composição da parede do grão de pólen e fertilização.
- Sódio: Acumulação de oxalato.Substituição parcial do potássio.Abertura estomatal.Regulação atividade de redutase de nitrato.Exigência pelas plantas com via C4 na fotossíntese.Indução do metabolismo das crassuláceas.Manutenção do balanço da água.
- Zinco: Promoção da síntese do citocromo C. Formação de amido.Metabolismo de fenóis e parede do xilema.Estabilização dos ribossomos.Metabolismo de proteínas e de ácidos nucléicos.Inibição da RNAase.Aumento no tamanho e multiplicação celular.Fertilidade do grão de pólen.


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Dentro dos inorgânicos temos o Osmocote também. Ele seria um tipo de NPK com outros nutrientes e tem liberação mais lenta, assim se for aplicado uma quantidade maior não há perigo de queimar a planta. É difícil achar pra comprar e é bem mais caro que o NPK comum. Nunca usei, mas quem usa diz que é incrível o desenvolvimento das plantas.


Fonte
"O Osmocote® Plus - Fertilizante de Liberação Controlada - é a melhor solução de fertilizante a longo prazo, para vasos e jardineiras. Você aplica uma vez e ele libera micro e macro nutrientes para as plantas de acordo com a temperatura.
"Uma cápsula de Osmocote Plus contém N-P-K (nitrogênio, fósforo e potássio), seis micronutrientes e magnésio. O vapor de água é absorvido pela cápsula através do revestimento de polímero patenteado, e dissolve o fertilizante que está dentro. A liberação do fertilizante é controlada principalmente pela temperatura. Quando está calor e as plantas estão crescendo mais ativamente, o revestimento se expande permitindo que mais fertilizante seja liberado. Quando está mais frio, menos fertilizante é liberado.
"Estas são quatro cápsulas de Osmocote Plus. O que as diferencia é a espessura do revestimento. A espessura - em combinação com a temperatura - controla não só quanto fertilizante é liberado, mas também a longevidade da cápsula. Quanto mais fina, mais rápida a liberação e quanto mais grossa, mais lenta. Desta forma é possível combinar diversas espessuras de cápsulas em uma fórmula que alimenta a planta de forma constante por longos períodos." (Fonte)

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Adubação foliar 


Fonte
"A adubação foliar visa o fornecimento de nutrientes às plantas de forma prontamente absorvível, cuja finalidade é a correção imediata das deficiências, servindo como uma complementação da adubação via solo. Neste tipo de adubação são utilizados principalmente os micronutrientes, os quais se encontram em quantidades muito pequenas no solo e também pelo fato da aplicação de alguns micronutrientes via solo não apresentarem uma eficiência tão boa quanto via foliar. Os macronutrientes também são usados como complemento da adubação feita no solo visando fornecer estes nutrientes em épocas de elevada exigência das culturas."

IMPORTANTE: A adubação foliar deve ser feita no entardecer, que é quando as folhas estão com os estômatos (poros) abertos e receptivos aos nutrientes. Não fazer me dias muitos quentes e sempre depois das regas.

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** Como fazer um adubo líquido orgânico no Blog Os Saberes do Jardim


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VANTAGENS E BENEFÍCIOS DA ADUBAÇÃO FOLIAR



- Dosagem precisa. Evita desperdícios de nutrientes.Aplicação homogênea.Menor custo de aplicação por hectare.
- Maior uniformidade na aplicação. Lavoura com desenvolvimento mais homogêneo.Iguala o ponto de maturação, aumentando a produtividade.
- Redução da mão-de-obra. Diminui custos.Mão-de-obra pode ser deslocada para outras atividades.Aplicações simultâneas com inseticidas e fungicidas.
- Maior autonomia dos equipamentos. Menor custo de operação.Aplicação mais barata. Aplicações nas épocas oportunas.Maior aproveitamento dos nutrientes.
- Versatilidade nas formulações. Permite uma adubação mais racional e econômica.
- Fácil armazenamento. Dispensa construção de grandes armazéns.Controle de estoque mais fácil.Produção mais protegida das intempéries ocasionais.Menores estoques na propriedade.Menor custo financeiro.